Sábado passado, 5 de
maio, aconteceu um fenómeno astronómico interessante, a “superlua”.
Trata-se de
uma coincidência entre o perigeu lunar (o ponto da órbita em que ela está mais
perto da Terra) e a lua cheia, proporcionando uma lua que é visualmente 14%
maior e 30% mais brilhante que uma lua cheia normal.
Em homenagem a tão belo
espetáculo, aqui vão 5 concepções erradas sobre a lua, que fazem parte
principalmente do folclore dos gringos e tratam de temas tão variados como a
loucura e os lunáticos, a fantasia que o pouso lunar foi uma fraude, e como
começou toda a história que a lua era feita de queijo.
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Autor: Dmtriy S. Benbau em Ekaterinburg, Russia 19 de Março durante a chamada "superlua". |
LUNÁTICOS, LUNÁTICOS
A palavra “lunático” tem
suas raízes na palavra “lunar”, e um bando de gente, de enfermeiras a bombeiros
e policiais, garantem que quando é lua cheia, as coisas costumam “esquentar”.
Mas esta cópia barata do
mito do lobisomem não se sustenta. Em 1985 foi feita uma pesquisa sobre os
momentos das crises mentais e a fase da lua, e se descobriu que o folclore que
liga a lua cheia a partos, comportamento criminoso e outros distúrbios, não tem
base científica.
Da mesma forma, a pesquisa não encontrou ligação entre o
resultado de cirurgias e a fase da lua.
Porém, seu bichinho de estimação pode
precisar de uma visita ao veterinário na lua cheia, mas neste caso parece que a
culpa é dos donos, que, por causa da noite iluminada, acabam ficando mais tempo
fora de casa com seus bichinhos, aumentando as hipótese de lesão.
SUPERLUA DAS CATÁSTROFES
A razão de
existirem superluas é por que a órbita da lua não é perfeitamente
circular. Quando ela está mais perto da Terra por conta da órbita elíptica, ela
dá um puxão gravitacional um pouco mais forte à Terra. Mas não é nada que a
Terra não consiga dar conta.
As forças de maré sobre
a Terra são 42% mais fortes quando a lua está mais perto, o que causa
alterações na altura das marés, mas não há nenhum efeito notável sobre
terremotos e tsunamis (uma força minúscula aumentada em 42% continua
minúscula).
John Bellini, um
geofísico que trabalha no U. S. Geological Survey, contou ao Life's Little Mysteries que “muitos estudos deste
tipo foram feitos por cientistas e não foi descoberta nenhuma ligação
significativa”.
Curiosamente, o nome “superlua”
não é da astronomia, mas da astrologia.
A FRAUDE DO POUSO LUNAR
Nós temos os vídeos. Nós
temos as rochas. Nós temos uma dúzia de astronautas que retornaram orgulhosos
para a Terra para contar como é caminhar sobre a lua. Mas as teorias
conspiratórias dizendo que os pousos lunares foram uma fraude simplesmente não
morrem.
Estas teorias
conspiratórias são inumeráveis e variadas, indo de alegações que não havia
poeira sobre o apoio da Apolo 11 e que por isto tudo deve ter acontecido dentro
de um estúdio de som, a teorias sobre amostras de rochas serem falsificadas.
Não adianta observar que
na lua não há atmosfera e a gravidade é menor e por isto os grãos de poeira se
comportam diferente, ou então que as amostras tem sido examinadas por
cientistas do mundo inteiro, que inclusive conseguem apontar microcrateras
causadas pelo impacto de micrometeoritos, e que a proporção de isótopos não
pode ser forjada.
Por mais infundadas que
sejam, as teorias conspiratórias podem ser frustrantes para todos aqueles que
arriscaram suas vidas para chegar à lua. Em 2002, Bart Sibrel levou um merecido
soco do septuagenário Buzz Aldrin, depois de perseguir o astronauta chamando-o
de “covarde” e “mentiroso”, exigindo que ele jurasse sobre a Bíblia que tinha
pousado na lua.
QUEIJO VERDE?
Não é que a gente
precise explicar que a lua não é feita de queijo, mas estamos aqui para
explicar o mito que alguém algum dia acreditou: que a lua fosse feita de queijo
verde. Este mito do queijo parece ter começado com um par de versos sardônicos
do poeta inglês John Heywood (1497-1580) que escreveu “Ye set circumquaques to
make me beleue/ Or thinke, that the moone is made of gréene chéese.” (“Vocês
fizeram de tudo para me fazer crer/Ou pensar, que a lua é feita de queijo
verde”).
Em outras palavras, a
primeira menção que se tem da lua ser feita de queijo verde era na verdade
fazendo piada da ideia de que alguém acreditaria que a lua fosse feita de
queijo verde.
Aparentemente, o poeta Heywood subestimou as crianças americanas
do século 20. Um estudo publicado em 1920 no American Journal of Psychology entrevistou
crianças pequenas sobre suas crenças acerca da lua e descobriu que a explicação
mais comum para ela era de que era feita de queijo. Outras teorias incluíam trapos, Deus, papel amarelo, e “pessoas mortas que se unem em círculo de luz”.
A AMÉRICA DA GUERRA FRIA ERA LOUCA PELA LUA
Atualmente, as pessoas
lembram os anos da corrida espacial de 1950 e 1960 como sendo uma época em que
a NASA tinha extenso apoio público. Na verdade, o apoio para a exploração lunar
na época era próximo do que é visto hoje.
Durante o programa
Apollo, de 45% a 60% dos americanos acreditavam que o governo estava gastando
dinheiro demais nos voos espaciais, de acordo com um estudo publicado em 2003
no periódico Space Policy. Pesquisas de opinião
nos anos 1960 colocavam as missões espaciais no topo dos programas que os
americanos gostariam que fossem cortados, conforme descobriu o pesquisador e
historiador Roger Launius.
“O público nunca teve
muito entusiasmo sobre a exploração lunar, especialmente em relação aos custos
associados à mesma”, aponta Lanius. O pouco entusiasmo foi se apagando com o
tempo, “até que ao final do programa Apolo, em dezembro de 1972, o programa
passava a imagem de um maratonista claudicante, forçando todos os músculos para
alcançar a linha de chegada antes de desmaiar”.
Infelizmente, em breve esta reportagem irá resultar numa discussão de
conspiração da ida à Lua. Gostámos da reportagem, estes
mitos sobre o nosso satélite são apenas alguns dos muitos que existem e contam a
história das interpretações culturais sobre aquela que é a rainha das nossas
noites, a lua.
Em algum momento deste mesmo século, a presença humana no sistema solar
será algo sem importância e a Lua terá um papel importante nisso. No filme
“Lunar” a Lua desempenha o papel de fonte de energia do futuro, através do
Hélio 3, existente na superfície lunar. De fato, esse elemento é raríssimo na
Terra e abundante na Lua. O filme é interessante, mas a vida daquele astronauta
na base lunar é tristonha, mas apostamos que muitos gostariam…
Em “Perry Rhodan”, uma das literaturas de suposição do futuro espacial
mais bem sucedidas, a Lua é a base administrativa da humanidade, em suas
cavernas fica um super computador gigante, chamado “cérebro positrónico”.
Embora antiga, essa literatura apresenta-nos o método mais provável de
permanência na lua, as cavernas, onde estamos protegidos das radiações do
espaço e dos micro-meteoros.
Recomendamos o filme Lunar, ele adapta-se bem à vida na superfície lunar e às necessidades como exercícios intensos, máquinas e bases com ótimas arquiteturas
e design tão robusto e sofisticado quanto precisa de ser numa base lunar. Ver a
Terra no céu do deserto lunar é um dos momentos únicos do filme, ela aparece 4
vezes maior e 40 vezes mais brilhante do que a Lua cheia no nosso céu. Mas
claro, este privilégio é só para “Lunáticos”.