quinta-feira, 8 de março de 2012

Bactérias suicidas brilham no escuro para serem devoradas

Nem tudo que reluz é ouro. Algumas vezes pode ser apenas bactérias querendo se suicidar.
Muitas criaturas do mar desenvolvem uma luz biologicamente produzida. O fenómeno, conhecido como bioluminescência, é observado, entre outros, em algumas bactérias que emitem luz uma vez que atingem certa concentração de partículas orgânicas nas águas oceânicas.

Um close do plâncton após a ingestão da dita bactéria.

Apesar de ser uma ocorrência conhecida, os benefícios dessa luz ainda eram um mistério.
Agora, pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém revelaram o porquê desse fenómeno. Isso pode ter relação com algo chamado de “a sobrevivência do mais brilhante”.
O artigo baseia-se em pesquisadas da estudante Margarita Zarubin, sob orientação da professora Amatzia Genin. As descobertas dizem que a luz emitida pelas bactérias atrai predadores, geralmente o zooplâncton, que as ingerem, mas não conseguem as digerir. As bactérias, que continuam brilhando dentro do predador, atraem predadores maiores, já que o plâncton fica brilhando.
Em experimentos realizados sem nenhuma luz, os pesquisadores descobriram que os peixes noturnos conseguem facilmente detectar o plâncton brilhante.
E as bactérias gostam de ser ingeridas pelos peixes, já que também não morrem em suas entranhas. “O acesso das bactérias até o sistema digestivo dos peixes é como ir ao paraíso – um local seguro, cheio de nutrientes, e também um meio de transporte pelo oceano”, explica Genin.
Por outro lado, a descoberta de que o zooplâncton é atraído pela bactéria brilhante e a consome contradiz os instintos de sobrevivência do ser, já que aumenta muito as chances dele ser comido por um peixe. Mas os cientistas explicam que o zooplâncton “sabe” que a luz na água indica presença de muita matéria orgânica, por isso comem as bactérias.
“No oceano escuro e profundo, a quantidade de comida é muito limitada, por isso é interessante para o zooplâncton aceitar o risco de ficar emitindo luz ao consumir as bactérias, já que a possibilidade de encontrar comida vale mais do que o perigo de se expor aos peixes predadores”, explica Genin.
Fonte: [AlphaGalileo]


   A natureza cada vez nos surpreende mais com as suas formas de vida. Enquanto que a maioria dos seres vivos faz de tudo para sobreviver, esta pequena bactéria deseja atrair os predadores. Embora não seja suicida, como nos indica o título, ainda é bastante interessante a maneira como cada ser vivo utiliza os seus próprios recursos para seu benefício. Os pirilampos brilham para atrair as fémeas, o peixe lanterna brilha para atrair as suas presas…

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