segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dentro da Nebulosa da Águia

Fonte: [NASA]
Em 1995, uma famosa foto feita pelo Hubble mostrou os Pilares da Criação, colunas de formação de estrelas feitas de gás frio e poeira, com anos-luz de comprimento e localizadas na M16, a Nebulosa da Águia, na imagem acima.
    Esta imagem, colorida digitalmente, revisita este berçário com dados de imagens obtidas pelo Observatório Espacial Herschel e pelo Telescópio Espacial XMN Newton. Não é impressionante a realidade exterior ao nosso mísero planeta?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As belas fotos dos vencedores do Concurso de Fotografia Ocean Art

Esse ano, o Ocean Art Photo Contest, um concurso de fotografia sobre o oceano que conta com várias categorias, apresentou fotógrafos incríveis de mais de 50 países.
Os juízes anunciaram recentemente os vencedores. Há pelo menos quatro vencedores em cada uma das 12 categorias, com 52 prêmios totalizando mais de 150 mil reais.
Segundo os juízes do concurso, as escolhas foram bastante difíceis devido à alta qualidade das imagens.
O fotógrafo mundialmente famoso e juiz do concurso Martin Edge disse: “Este ano, o julgamento foi muito apertado, devido a tantas imagens fantásticas. Depois de muita discussão, acordos e desacordos, sentimos que os vencedores realmente se destacaram. Para mim, a categoria ‘Best of Show’ foi a foto mais impressionante de toda a coleção”. Best of Show foi uma fotografia grande-angular de várias arraias, tirada por Tobias Friedrich da Alemanha.
Outras imagens espantosas incluem enguias, focas-leopardo e lulas. As categorias “Portrait”, “Wide-angle”, “Macro” e “Marine life behavior” (retrato, grande angular, macro e comportamento de vida marinha) foram categorias particularmente fortes com muitas fotos boas. Como os juízes não conseguiam se decidir pelas melhores, resolveram atribuir um 5º lugar nestas 4 categorias. Confira alguns vencedores:


 “Best of show”
Foto: Tobias Friedrich, com “Manta Madness”, tirada nas Maldivas.


 Coldwater
Foto: Lill Haugen, com “Frozen Fjord”, tirade em Olso, Noruega
 Marine Life Portrait
Foto: Luis Miguel Cortes Lozano, com “Twins”, tirada nas Ilhas Canárias

 Marine Life Behavior
Foto: Nataliya Chervyakova, com “Hunting Leopard Seal”, tirada na Antártica

 Nudibranch
Foto: Salvatore Ianniello, com “Che Bel Riparo”, tirada no mar Mediterrâneo

      Veja mais fotos e vencedores em Ocean Art Photo Contest.


      O nosso planeta é lindo, e saber que no fundo do oceano também existe beleza é algo sensacional. Algumas das imagens, especialmente a última, tornam difícil de acreditar a sua origem.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Água da Terra pode ter vindo, em parte, de cometas

O Cometa Hartley 2 contém mais água parecida com a encontrada na Terra do que qualquer outro cometa que conhecemos.
Um estudo utilizando o telescópio espacial Herschel mediu a fração de deutério, um tipo raro de hidrogênio, presente na água do cometa.
Assim como os nossos oceanos, a água tinha a metade da quantidade de deutério visto em outros cometas. O resultado dá a ideia de que grande parte da água da Terra poderia ter vindo de impactos com cometas. E haja cometa!
Alguns milhões de anos após sua formação, a Terra primitiva era rochosa e seca. O mais provável é que algo tenha trazido a água que cobre a maior parte do planeta hoje.
A água tem uma espécie de impressão digital molecular a partir da quantidade de deutério que ela contém, e a medição desse elemento foi feita em apenas cerca de meia dúzia de cometas – e todas eles têm demonstrado uma fração de deutério que é o dobro dos oceanos.
Asteroides dão origem à meteoros e meteoritos que chegam à Terra, o que faz com que seja mais facilmente estabelecida a sua fração de deutério.
O material de meteoritos tem aproximadamente a mesma proporção de deutério que os oceanos da Terra contêm. Por isso, a suposição foi de que, se a água veio de outro lugar, ela chegou de asteroides.
Até agora, todos os cometas medidos foram os chamados objetos da Nuvem de Oort, que acredita-se que tenham sido formados no início da história do sistema solar, na região dos planetas gigantes Netuno e Urano, e chutados a uma grande distância, esbarrando com eles mesmos e com outros planetas.
O Cometa Hartley 2 é o primeiro objeto do Cinturão de Kuiper a ser submetido a uma análise de deutério. Os objetos desse Cinturão foram formados não muito longe do nosso sistema solar e os cometas que lá se originaram têm órbitas muito mais curtas do que as da Nuvem de Oort.
Uma equipe internacional usando o telescópio Herschel descobriu que ele tinha uma fração de deutério muito mais próxima dos nossos oceanos.
A descoberta abriu a possibilidade de que os cometas pelo menos contribuíram para o nosso abastecimento de água.
Mas resposta ainda não é definitiva, já que muito do que acreditamos ter acontecido no sistema solar é baseado em modelos de computador. Esses modelos podem necessitar de ajustes à luz de novas provas e de mais estudos para avaliar se muitos objetos do Cinturão de Kuiper são como Hartley 2.
Se os cometas de órbita curta forem como este, então essa pode ser uma fonte significativa de nossa água.
Os pesquisadores argumentam que o resultado mostra que a distinção entre as potenciais fontes de água deve ser feita. No passado, os cientistas pensavam que asteroides e cometas eram classes de corpos completamente diferentes. Agora, vários novos resultados mostram que os dois são irmãos e irmãs primitivos.
Esta nova visão muda, pelo menos, a semântica da questão sobre a origem da água da Terra. A questão torna-se mais técnica: a partir de qual região e por qual mecanismo dinâmico vieram os objetos que trouxeram água para a Terra?
Os investigadores concordam que as novas tecnologias de telescópios é que serão, em breve, capazes de resolver estas questões. 
Fonte:[BBC]

Os cometas são feitos de água. Estes não pararam aqui mas caíram às toneladas por minuto. No início da formação do sistema solar, logo depois que o Sol se formou, um disco de gás e poeira formou os planetas, e havia triliões de blocos de gelo, que foram puxados pela gravidade solar em direção aos planetas, e acabando por cairndo e formando os mares.
Nos cometas também existem compostos orgânicos, de onde se suspeita tenha vindo grande parte das moléculas orgânicas que acabaram gerando a vida neste planeta.
O falecido Arthur Clarke descreveu em uma das suas novelas “Odisséia” uma ideia interessante para arrefecer e tornar Vénus colonizável: astronautas viajariam em direção à cintura de Kuiper, embalando os enormes icebergs flutuantes existentes em papel alumínio e dar-lhes um leve impulso, colocando-os numa trajetória tal que em algumas décadas eles cairiam sobre Vénus.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Aquecimento global 250 milhões de anos atrás causou “inferno na terra”

Terra vista do espaço.


O maior estudo já feito da extinção em massa que ocorreu na Terra no período Permiano-Triássico concluiu que o evento foi provavelmente causado por emissões catastróficas de gases do “efeito estufa”.
Ou seja, naquela época, enormes quantidades de dióxido de carbono e/ou de metano, a partir da maior erupção vulcânica da história, criaram altas temperaturas, provocando incêndios que destruíram florestas e tornaram terras férteis em desertos.
Enquanto isso, os ambientes marinhos rasos foram drenados de oxigênio.
O cataclismo matou 95% da vida marinha e 70% de toda a vida na terra. Na época do desastre, a vida estava apenas começando a ganhar impulso no planeta. Vertebrados de quatro membros estavam começando a se diversificar em grupos que incluíam anfíbios, répteis e ancestrais primitivos dos mamíferos.
A nova pesquisa se baseou em uma variedade de técnicas de datação e análise de rochas sedimentares na China e no Tibet. O estudo aponta o evento de extinção para 252,28 milhões de anos atrás.
Os cientistas acreditam que ele foi provocado por uma erupção massiva das Armadilhas da Sibéria, um sistema de vulcões no que hoje é a Rússia.
Todo o evento durou menos de 200.000 anos, com a maioria das espécies se extinguindo em um período de 20.000 anos.
Os pesquisadores disseram que o momento e o ritmo da extinção em massa indicam que ambos os ecossistemas terrestres e marinhos se colapsaram “de repente”. O rápido aquecimento global teria causado “aridez continental” e “incêndios florestais generalizados”.
Os cientistas adicionam que não estão discutindo a mudança climática moderna, mas que obviamente o aquecimento global é uma preocupação da biodiversidade hoje. “O registro geológico nos diz que ‘mudanças’ acontecem no clima o tempo todo, e deste evento de grande extinção, a vida conseguiu se recuperar”, afirmam. 
Fonte:[Telegraph]


     Quando o CO2 incomoda os interesses duma superpotência, CO2 vira fofo, algodão, amigão, suave, respirável, delicioso, tudo o que os políticos pedem à ciência para desdizer. O vilão, o mau da fita vai tornar-se uma charmosa vítima ( CO2 ).
      O próximo passo vai ser a camada de ozono. O buraco negro da via láctea a sugar o nosso protector…, mas o borbulhar de campos eléctricos e magnéticos ao redor da Terra também farão parte da acusação. Como entretanto as galáxias continuam a sua viagem sideral vão-nos dizer que é cíclico.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cristais “impossíveis” na natureza podem ter vindo do espaço

Segundo um novo estudo, um cristal que se pensava ser impossível na natureza pode ter vindo do espaço.
Os quasicristais têm uma estrutura incomum, diferente de cristais e vidros. Até dois anos atrás, quasicristais só haviam sido criados em laboratório, até que geólogos os encontraram em rochas das montanhas Koryak, na Rússia.
A equipa diz que a química dos cristais russos sugere que eles chegaram até lá em meteoritos.


Estes foram os primeiros quasicristais relatados  ocorridos de forma natural.

    Os quasicristais foram descritos pela primeira vez na década de 1980, pelo pesquisador israelense Daniel Schechtman, que recebeu ano passado o Prêmio Nobel de Química pela descoberta.
Schechtman inicialmente foi tratado com dúvida ou desprezo por alguns de seus colegas, que achavam que as estruturas eram “impossíveis”. Os quasicristais quebram algumas das regras de simetria que se aplicam a estruturas cristalinas convencionais. Eles também apresentam diferentes propriedades físicas e elétricas.
Em 2009, Luca Bindi, da Universidade de Florença, na Itália, e seus colegas relataram a descoberta de quasicristais em amostras de minerais das montanhas Koryak, no Extremo Oriente da Rússia.
O mineral – uma liga de alumínio, cobre e ferro – mostrou que quasicristais poderiam se formar e permanecer estáveis em condições naturais. Mas o processo natural que criou as estruturas permanece uma questão em aberto.
Agora, o Dr. Bindi, o cientista da Universidade de Princeton Paul Steinhardt, e outros afirmam que testes apontam para uma origem extraterrestre dos minerais russos.
Os pesquisadores utilizaram a técnica de espectrometria de massa para medir as diferentes formas – ou isótopos – de oxigênio contidas em algumas partes da amostra de rocha.
O padrão de isótopos de oxigênio era diferente de qualquer mineral conhecido que se originou na Terra, e estava mais perto do que às vezes é encontrado em um tipo de meteorito conhecido como condrito carbonáceo.
As amostras também continham um tipo de sílica que só é criada a pressões muito altas. Isso sugere que o objeto foi formado no manto da Terra, ou em um impacto de alta velocidade, como o que ocorre quando um meteorito atinge a superfície da Terra.
Sendo assim, os dados da pesquisa indicam que os quasicristais podem formar-se naturalmente em condições astrofísicas e permanecerem estáveis em escalas de tempo cósmicas.
Fonte: [BBC]


      E pensar que o Sr Daniel Schechtman (Nobel de Química) foi desprezado pela comunidade científica na época de sua descoberta! A dificuldade de ser brilhante é viver num planeta sem imaginação. Tantos cientistas foram ridicularizados e até assassinados pela Igreja apenas por terem razão sobre uma verdade que hoje nos parece óbvia, como por exemplo Copérnico ou Galileu. É bom termos cuidado com as teorias que chamamos de infundadas, pois um dia estas podem ser provadas verdadeiras.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Humanidade pode ser responsável por 74% do aquecimento global

Pesquisadores de um instituto de climatologia da Europa elaboraram um relatório que pretendia responder, entre outras perguntas, o seguinte questionamento: qual a parcela de “culpa” pode ser atribuída às atividades do homem pelas mudanças climáticas pelas quais o planeta está passando? O resultado, no final das contas, pode ser mensurado em uma percentagem: 74%.
Este número, resultado de um estudo da entidade EHT, de Zurique (Suíça), foi alcançado por etapas. A primeira, já conhecida pelos cientistas há décadas, foi assumir a influência do efeito estufa: gases como o metano e o dióxido de carbono, liberados para a atmosfera em grande escala, prendem calor abaixo dela e elevam sensivelmente a temperatura global.



Isso abre, segundo os pesquisadores, duas questões: quanto do recente aumento de temperatura da Terra pode ser atribuído a isso? E até quando essa situação vai perdurar até atingir um ponto de equilíbrio? Os cientistas divergem nesses quesitos, mas a impressão geral é que os modelos de mudança climática desenvolvidos recentemente são muito rasos: analisaram apenas a temperatura do planeta.
A mudança de análise está exatamente nesse ponto. O que está em questão não é apenas a temperatura, mas a energia de radiação solar que circula entre a superfície e a atmosfera. Ou seja: o sol, lá de onde está, influencia também na temperatura da Terra a partir de aumento de energia descarregada no planeta em forma de raios.
Os cálculos dos pesquisadores acabaram no seguinte veredicto: 26% do aquecimento global, nas últimas décadas, foram causados devido à radiação e outros fatores naturais que fogem do controle do homem. Os outros 74%, no entanto, estão diretamente relacionados às nossas atividades após a revolução industrial.
Esta pesquisa, no entanto, não está passando sem críticas. Cientistas com teorias dissonantes afirmam que estes resultados são muito simplistas, e que não se pode mensurar dessa maneira a relação entre radiação solar que incide sobre o planeta e temperatura global. Pode haver, segundo os contestadores, outros pesos na balança do clima, além da radiação e temperatura aparente, e a pesquisa não levou isso em conta de forma clara.
A influência dos oceanos, por exemplo, é um ponto de discussão. Os pesquisadores suíços adotaram um método de análise que não se encaixa, de acordo com os críticos, nos demais processos da pesquisa. Dessa maneira, a pesquisa continua sendo posta em dúvida: será que a atividade humana é de fato responsável pelos tais 74% das mudanças climáticas?
Este resultado pode influenciar medidas de escala global, segundo os cientistas. Se no futuro chegarmos à conclusão de que o número é real ou ainda maior, medidas extremas como o corte nos créditos de carbono industrial e até racionamento de carne devem aumentar. Se, por outro lado, for provado que 74% é um exagero, até medidas básicas como desenvolver a energia solar em detrimento da nuclear, por exemplo, podem ser desnecessárias do ponto de vista climático. 
Fonte: [DailyTech]


     O clima do nosso planeta é tão dinâmico e dependente de tantos factores que, com os conhecimentos atuais, é impossível determinar quanto do aquecimento global é da responsabilidade dos seres humanos.     Existem, por exemplo, os raios cósmicos que só agora se descobriu contribuírem com os regimes de chuva na Terra, ou seja, com o nosso clima; a capacidade dos oceanos profundos de armazenar calor é outra questão pouco estudada, mas que também influencia nossa atmosfera. 
     Enfim, falar de certezas e consenso sobre aquecimento é uma grande imprudência, uma vez que tais opiniões podem influenciar as políticas governamentais no quesito economia/clima e tais políticas precisam de bases sólidas, principalmente num planeta com 7 milhões de bocas para alimentar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Lago enterrado sob 3 km de gelo começa a ser explorado

Em dezembro de 2012, uma equipe de exploradores liderada por quatro engenheiros britânicos vai deixar o Reino Unido em direção para uma missão a mais de 16 mil km dali. No interior do continente da Antártida, escondido sob uma camada de mais de três mil metros, dorme o lago Ellsworth. Os engenheiros vão se preparar, ao longo do ano, para a tarefa de coletar água e sedimentos do local.
Trata-se de uma grande empreitada. A equipe acabou de regressar ao Centro Britânico de Pesquisas Antárticas (BAS, na sigla em inglês), em Cambridge (Inglaterra), após deixar um trator com cerca de 70 toneladas de equipamento em uma base britânica no continente gelado. 
Existem mais de 400 lagos subglaciais conhecidos na Antártida. Até hoje, nenhum deles foi explorado de maneira direta e satisfatória, principalmente devido a limitações tecnológicas. No caso do Ellsworth, cientistas já planejam formas de explorá-lo há mais de 15 anos, mas só agora as expectativas estão sendo postas em prática.
Embora a exploração de fato ainda não tenha começado, a missão já deu muito trabalho.
Os pesquisadores tiveram que conduzir o trator com os equipamentos por mais de 250 km pelo interior do continente glacial, quase encalhando algumas vezes, até chegar ao local que servirá de base para a pesquisa: o sopé das montanhas Ellsworth, sob as quais se encontra o lago de mais de dez metros de profundidade.
O lago subglacial será explorado da seguinte maneira: através de equipamentos que perfuram o gelo através de água quente em pressões altíssimas, será introduzida na superfície antártica uma sonda de titânio que fará coleta de material em vários pontos. Operando sob ventos fortes e temperaturas abaixo dos 35º C negativos, os cientistas vão fazer os últimos posicionamentos das máquinas em dezembro para iniciar a exploração.
A razão pela qual as atividades só iniciam no final do ano é simples: os pesquisadores querem aproveitar as condições ambientais um pouco menos hostis do verão antártico, de modo a diminuir as perdas materiais com equipamentos e evitar atrasos devido ao mau tempo.
As expectativas pelas descobertas são altas, porque os cientistas acreditam no potencial científico do Lago Ellsworth. Através da análise de sedimentos e material orgânico (microorganismos, inclusive), esperam obter respostas sobre clima e evolução da Terra, por exemplo. Tudo isso causando o menor impacto ambiental possível. 


    O mais me intrigante, nesse tipo de pesquisas, é que o lago subglacial será explorado com a ajuda de equipamentos que perfuram o gelo através de água quente com uma enorme pressão, e será introduzida na superfície antártica uma sonda de titânio que colectará material em vários pontos.
     Tudo isso causará o menor impacto ambiental possível.
     Pode não haver impacto no resto do mundo (sem considerar a energia usada para aquecer essa água), mas com certeza, o prejuízo maior ocorrerá no ecossistema que ali existe, não?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A cidade engolida por lama vulcânica

Existem desastres naturais mais conhecidos, mas poucos são tão horríveis quanto o fenómeno da suspensão de lama e detritos rochosos descendo uma montanha e engolindo tudo em seu caminho. 
Tais fenómenos, conhecidos como lahars (palavra em javanês, uma das línguas da Indonésia), são frequentemente provocados pelos fluxos de lava ou fluxos piroclásticos de vulcões em erupção. Eles geralmente fazem seu caminho por vales fluviais.
Fig. 1 A cidade chilena.
     Em maio de 2008, um lahar varreu a cidade chilena de Chaitén (população de 4.200), destruindo grande parte dela, e fazendo com que as margens do rio Blanco transbordassem, inundando o que restou.
Os lahars têm a consistência e a densidade de concreto molhado. Grandes lahars, com centenas de metros de largura e dezenas de metros de profundidade, podem fluir várias dezenas de metros por segundo – rápidos demais para as pessoas fugirem.
   Além disso, lahars não se contentam em simplesmente devorar tudo em seu caminho; quando eles finalmente param, se tornam sólidos – mais uma vez, muito parecidos com concreto.
A hoje enterrada Chaitén era tanto o nome da cidade quanto o nome de uma caldeira a oeste do vulcão Michinmahuida. Antes de sua recente erupção destrutiva, a caldeira de 1.122 metros de altura estava cheia de obsidiana cinza de uma erupção de milhares de anos antes. 
Curiosamente, aquela obsidiana foi usada para fazer artefatos pré-colombianos encontrados centenas de quilômetros de distância. O vulcão provedor rapidamente se transformou em destruidor.
Antes de 2 maio de 2008, quando explodiu, a caldeira tinha ficado quieta por cerca de 7.420 anos. No entanto, a pressão, evidentemente, se construiu ali ao longo dos milênios.
    Em 6 de maio, poucos dias depois da primeira rajada de atividade vulcânica, um fluxo piroclástico foi emitido da caldeira. Enquanto isso, uma coluna de 30.000 metros de cinzas vulcânicas quentes se ergueu para o céu. A maior parte da população de Chaitén foi evacuada.
   Em 12 de maio de 2008, o lahar desencadeado pela erupção começou a engolir a cidade, inundando-a e depositando lama de cinzas a uma profundidade de um metro ou mais. O rio foi completamente tomado e a cidade ficou presa sob o “concreto”.
   O governo chileno havia planejado reconstruir a cidade 10 quilómetros ao norte de onde estava, mas a proposta logo se tornou uma batata quente política. Quem estava disposto a arriscar a ira de um outro lahar devastador?
Algumas pessoas ainda esperam uma reconstrução, mas uma coisa é fato: a cidade nunca mais será a mesma. O que será de Chaitén, é um capítulo ainda a ser escrito. Fonte: [EnvironmentalGraffiti]


     Achamos interessante divulgar esta notícia uma vez que esta ocorre num país distante e envolve até um pouco de política e cultura, somos ainda propostos desta forma uma nova realidade e cultura.
    Noutro aspeto, tomamos conhecimento de novos fenómenos, e edificamos portanto uma maior noção ainda que pequena do que se passa no nosso planeta azul. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um possível desastre ecológico que ninguém comenta: a acidificação dos oceanos

Observação de um recife de corais saudável perto de Papua Nova Guiné, na outra imagem tirada nas redondezas, poderia retratar os mares nos próximos anos?


 Chaminés, fornos e tubos de escape de carros são algumas fontes que liberam dióxido de carbono para o ar. Parte desse dióxido acaba dissolvido na água do mar, como ácido carbônico. 
Como o dióxido de carbono na atmosfera hoje em dia chega a 380 partes por milhão (ppm), enquanto os últimos milhões de anos viram oscilações entre cerca de 180 e 280 ppm, não é nenhuma surpresa que a água do mar esteja mais ácida do que durante este período recente da história da Terra.
Como sempre, não é só a dimensão dessa mudança que é importante, mas sua velocidade.
Um novo estudo tentou medir a taxa atual dessa mudança, contra o que aconteceu em épocas pré-industriais, mas ficou dependente de modelos de computador para fornecer estimativas históricas.
Apesar dessa ressalva, os números da pesquisa são surpreendentes, sugerindo que a atual taxa de acidificação é duas ordens de magnitude maior do que o que aconteceu no final da última Era Glacial.
Será que animais marinhos, plantas e ecossistemas podem viver com isso? Como os oceanos ficarão no futuro? Será que ainda vão ser capazes de nos fornecer os alimentos que precisamos?
Alguns experimentos em laboratório sugerem problemas. Por exemplo, na semana passada, uma equipe de pesquisadores australianos descobriu que níveis aumentados de CO2 na água do mar afetam a química do cérebro de peixes alterando seu comportamente.
Algumas pessoas podem dizer que o que está acontecendo não é um aumento da acidez, e sim uma queda na alcalinidade, portanto, não se pode chamar isso de acidificação.
De uma certa forma, isso está correto. Com o pH de 8,1 e caindo, a água do mar está a caminho de alcalina para neutra.
Mas isso é irrelevante. Os organismos e ecossistemas se adaptam a qualquer acidez ou alcalinidade que encontram, mas precisam de tempo para fazê-lo e, em alguns casos, por exemplo, para animais que precisam formar conchas, essa adaptação pode ser impossível.
De qualquer forma, há uma riqueza de evidências de que a acidificação dos oceanos é motivo de preocupação – talvez até mais do que os efeitos climáticos das emissões de CO2.
Algumas convenções climáticas já mencionam os problemas da acidificação. A Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) oferece uma maneira de colocar a questão sobre as mesas de presidentes e primeiros-ministros, e é um movimento a ser ativamente prosseguido.
A Comissão Oceanográfica Internacional da Unesco é um dos organismos das Nações Unidas dedicado a falar sobre a acidificação na agenda Rio.
Tal como acontece com os impactos do clima, há uma agenda preocupada com lidar com os impactos da acidificação, bem como uma agenda preocupada com a redução da tendência em si.
Alguns anos atrás, por exemplo, os cientistas mostraram que manter a população de peixes equilibrada e saudável em um recife oferece proteção contra impactos de temperatura e acidez. 
Uma solução pode ser encontrada, mas o problema precisa ser reconhecido. [BBC]

       O aumento na acidez oceânica não é nenhuma surpresa, talvez por ser um fenómeno natural ao longo do tempo, devido à quantidade de poluentes liberados no planeta. 
       Contudo, a velocidade a que o processo ocorre é alarmante. Se as espécies não se adaptarem a tempo, a acidez pode causar a destruição de muitos seres vivos e, eventualmente, o desequilíbrio terrestre.
       Deveríamos investir mais em transportes alternativos como autocarros, metros, e evitar a poluição por essa via, dentro do possível. A produção desenfreada de automóveis contribui muito para essa triste realidade nos oceanos. Automóveis elétricos seriam de grande ajuda para evitar este eventual desastre, mas existe o problema das baterias, que também poluem.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pilar Solar no Canadá

Autor: Rick Stankiewicz (Peterborough Astronomical Association)

O que é aquilo no horizonte? Uma extraterrestre? Uma luz abductora?
Não. Esta imagem estranha e maravilhosa mostra apenas um pilar solar, registado por um fotógrafo, no Canadá, no início de Junho do ano passado.
Como ocorre este fenómeno?
Quando a atmosfera está fria, o gelo às vezes forma cristais planos com seis lados à medida que cai a partir de nuvens muito altas. A resistência do ar, em seguida, faz com que estes cristais caiam de forma quase plana na maior parte do tempo, conforme flutuam até o chão.
Se vistos na direção do sol nascente ou poente, estes cristais planos refletirão a luz solar e criarão uma coluna de luz extraordinária – um pilar solar, como este da foto.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Porque ocorreram tantos grandes terramotos ultimamente?

   Ultimamente, o que não faltam são notícias sobre desastres naturais especialmente terramotos. Estamos ficando loucos, ou realmente estamos a experimentar uma aumento na taxa de grandes terramotos recentemente?
 Especialistas documentaram, por exemplo, que por um período de quase 40 anos (após o terremoto de magnitude 8,7 de fevereiro de 1965 no Alasca), o mundo não viu um único grande terremoto.
Já nos últimos 7 anos desde o final de dezembro de 2004, houve nada mais, nada menos que cinco grandes terremotos – fora os moderados ou pequenos.
Estes incluem três terremotos na Indonésia: um de 2004, em Sumatra (magnitude 9,1), outro em Nias em 2005 (8,7), e um em Bengkulu (8,5) em 2007, além do terremoto no Chile em 2010 (8,8) e o último no Japão em 2011, (9,0).
Bom, pode-se argumentar que isso é uma consequência de melhores instrumentos de medição de terremotos e melhores relatórios desses grandes terremotos.
Sim, isso é verdade. Em 1931, havia cerca de 350 estações sismológicas e, hoje, existem mais de 4.000 estações. Os instrumentos que os sismógrafos usam para medi-los também são muito mais sensíveis.
Graças à internet, agora é possível saber mais sobre terremotos em poucos minutos, ao invés de semanas.
Aliás, os terremotos têm um impacto muito maior hoje do que no passado. Você deve ter notado que o terremoto de 2010 no Haiti, de longe o mais mortal desastre natural na história do hemisfério ocidental, que mataou mais de 200.000 pessoas, não está na lista acima.
Isso aconteceu porque a magnitude do terremoto, 7, não foi tão excepcional. Port-au-Prince foi apenas um infeliz desenvolvimento urbano com uma infraestrutura muito frágil que se agrupou em torno de uma falha geológica.
Os terremotos recentemente se tornaram muito mais proeminentes devido ao seu número de mortos. Podemos acrescentar a isso o efeito do “mundo malvado”, onde as coisas parecem muito pior devido a uma imprensa mais voraz.
No entanto, apesar disso tudo “explicar” o aparente aumento recente no número de grandes terremotos, não explica o fato de que este sentimento já foi expresso antes. 


                                             Fig.1 Terramoto.                                                                              
Não somos os primeiros a se perguntar: “será que os terremotos aumentaram?”. As pessoas fizeram essa mesma pergunta nos anos 60, depois de um aglomerado de terremotos durante o período de 1950 a 1965. 
Ou seja, a questão é: grandes terremotos podem se aglomerar no tempo?
Se sim, isso revolucionaria a nossa compreensão atual da tectônica, porque implicaria que um grande terremoto pode de alguma forma provocar outro a muitos quilômetros de distância, ou coisa parecida. De certa forma, não é completamente irracional que um terremoto em um lado da Terra possa desencadear outro do outro lado.
Quando um grande terremoto passa, a Terra literalmente vibra como um sino, às vezes por até um mês depois. Terremotos menores se aglomeram no espaço e no tempo. Eles fazem isso de acordo com a lei de Omori, que diz que a frequência de tremores secundários após um grande terremoto decai inversamente com o tempo. Isso é devido ao choque do grande terremoto que faz com que todas as outras falhas “escorreguem”. Então, talvez um terremoto no Chile possa realmente fazer com que uma falha no Japão também entre em atrito.
Os cientistas Charles Bufe e David Perkins analisaram as estatísticas e concluíram que na década de 1960, bem como agora, realmente houve aumento da taxa de terremotos. Eles sugeriram que isso poderia ser provocado por um monte de coisas as quais nós, meros humanos, não entendemos direito, como pressão de poros transitórios induzidos por tensões dinâmicas de ondas sísmicas, ou oscilações livres da terra geradas por grandes terremotos distantes, entre muitas outras coisas.
 O ponto é: grandes terremotos parecem se agrupar no tempo. E agora?
Apesar dos dados, das pesquisas, das análises, nós, seres humanos, temos mania de encontrar padrão onde às vezes não há nenhum. Então grandes terremotos se agrupam mesmo ou não?
Parece que, essencialmente, não. Bufe e Perkins analisaram apenas terremotos de magnitude 8,5, que é um limiar, ao invés de um número aleatório.
Se redefinirmos esse número, as estimativas mudam. As chances de haver uma lacuna enorme de grandes terremotos de 1965 a 2000, por exemplo, são muito pequenas. Verifica-se que a probabilidade de que 16 eventos em um intervalo de 111 anos contenham tal lacuna longa é de apenas 1,3%.
  A grande questão é: às vezes coisas de baixíssima probabilidade acontecem, e isso não é necessariamente um padrão, é apenas algo muito difícil de acontecer, que aconteceu.
Isso não é o fim da história, no entanto. Apesar de, estatisticamente, grandes terremotos não se aglomerarem, ainda é possível que descobrir que um agrupamento existe, de forma empírica, ou, na falta disso, através de uma explicação mecanicista plausível.Outra coisa que pode corroborar uma hipótese de agrupamento de terremoto são mais dados. Se tivermos três terremotos de magnitude 8,5 no próximo ano, isso vai desequilibrar a balança para um agrupamento de terremotos. Dado que os últimos três terremotos de magnitude 8,5 mataram mais de 16.000 pessoas, essa seria uma prova bastante agridoce de que eles se aglomeram, não?
Fonte: Hypescience


      Como somos muito dependentes da natureza, tudo relacionado com esta nos afecta profundamente. Foram criadas muitas teorias para tentar explicar este fenómeno, mas, para nós, uma das teorias se destacou. 
    Com o rápido derretimento de tanto gelo dos pólos norte e sul a água tem de ir para algum lugar,e segundo a lei da gravidade a água vai para baixo…para os oceanos. No fundo do oceano criou-se uma grande pressão exercida contra a terra devido ao peso dessa grande quantidade de água. Ou seja quanto maior for quantidade de água no oceano maior será a pressão contra a terra. 
    Esse grande peso e pressão a mais pode ocasionar um falha geológica, e essa falha poderá originar um terramoto. Segundo sua teoria esse processo é cíclico e sempre ocorreu no planeta terra, dai a alteração do mapa e afastamento dos continentes como vemos hoje e antigamente.
     Será que na era glacial existiam tantos terramotos quanto hoje?