Já postamos diversos estudos sobre
planetas similares a Terra, alguns inclusive com indícios de existência da
água. Mas nada de encontrar vida extraterrestre de verdade. Seria esse apenas
um sonho inalcançável?
Pesquisadores da
Universidade de Princeton, EUA, afirmam que essa ideia está mais no campo do
otimismo do que das evidências científicas. Eles analisaram o que se sabe sobre
a probabilidade de vida fora daqui, a partir de um método Bayesiano, que
diferencia dados concretos de simples pressupostos.
Um dos pontos que eles
encontraram, por exemplo, diz respeito aos exoplanetas, fora do nosso sistema
solar. A ideia de vida nesses locais é baseada no pressuposto de que a vida vai
surgir lá sob as mesmas condições nas quais surgiu aqui.
E o que é pior: as
evidências que temos sugerem que na verdade o planeta Terra é um tipo de
aberração planetária, onde a vida acabou surgindo de maneira muito rápida.
“As evidências de fósseis
sugerem que a vida começou muito cedo na história da Terra, e isso levou as
pessoas a determinar emque a vida pode ser um tanto comum no universo. Mas o
conhecimento sobre a vida na Terra simplesmente não revela muito sobre a
probabilidade disso em outros planetas”, afirma Edwin Turner, um dos
pesquisadores.
Com uma amostragem de
apenas um planeta conhecido no universo com vida, fica complicado estimar a
abundância dela no universo inteiro. Isso, claro, não deve impedir os
cientistas de continuar as buscas.
Caçando
planetas
Em 2011 e no começo desse
ano, diversos planetas interessantes já foram encontrados. Os de maior
evidência foram os descobertos pelo telescópio espacial Kepler, sendo o
planeta Kepler-22b e
os planetas 20e e 20f.
A NASA chegou a comentar que, desse modo, a “Terra alienígena”, ou seja, com
condições muito similares à nossa (distância da estrela-mãe, tamanho, presença
de água, etc), seria encontrada até 2014.
Entretanto, apesar de se
tratar de conhecimento agregado, essas descobertas não indicam se uma Terra
existe fora daqui ou não. Dessa forma, ainda sobra muito espaço para a ideia de
que um processo tão veloz de formação de vida não tenha sido apenas
consequência do acaso.
E você? Acredita que
existam “Terras alienígenas”?
Uma breve história: Um
vulcão explode ao longo de milénios no fundo do oceano e ao longo de depósitos
de sedimentos, formando uma montanha submarina. Imediatamente, a corrente traz
uma “semente” que ali cresce e transforma-se um magnífico coral, atraindo
milhares de criaturas marinhas que, juntas, formam um espectacular exemplo de
vida. As erupções voltam e novas massas depositadas fazem a montanha emergir
como ilha. Uma ilha deserta. Aí as aves migratórias que por ali passavam direto
começam a ter a ideia de pousar. As aves são um dos maiores veículos de vida da
Terra, carregam parasitas e sementes nos seus corpos. Logo a ilha deserta se transforma
numa floresta.
Porquê duvidar de processos
semelhantes em escalas planetárias? E o tal meteorito marciano com bactérias
extraterrestres estudado até hoje? Somos defensoras da “Hipótese da panspermia cósmica”, e a vida viaja pelo cosmos como parasitas de boleia à
espera de um lugar para proliferar e evoluir. A vida não surgiu subitamente na
Terra, ela veio de boleia. O resto da história resume-se a fermentação,
fotossíntese e evolução.
Essa mesma vida pode ter
caído em Marte, mas não teve sorte e ambiente para seu progresso, pelo menos
até onde sabemos. Ela pode cair em Titã, adaptar-se e evoluir transformando a
lua saturnina, se é que já não está a acontecer isso mesmo.
A vida encontrará outro
caminho noutras partes do Universo, e podemos até visualizar gigantescas
medusas luminescentes a flutuar no meio de alguma nebulosa, enquanto absorvem
moléculas orgânicas, que já sabemos que lá estão. No gelo escuro de Plutão,
existem criaturas bizarras, um nicho de bactérias e vírus talvez, num estado cristalizado,
esperando um momento de sorte, quem sabe o momento em que o Sol se transformar
numa gigante Vermelha e aquecer Plutão até este ter climas equatoriais, fazendo
fluir sua água e seus compostos orgânicos.
A biologia ensinou-nos que
a vida é oportunista, parasitária e proliferadora sempre que tem uma hipótese.
E temos um Universo de hipóteses e oportunidades, não somos uma raridade.
Pra nós, a vida não é
terráquea, nem marciana, nem cometária, mas Universal.