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Fungo, um artista na restauração. |
Pesquisadores
alemães do Centro Helmholtz para Pesquisas Ambientais, em Leipzig, estão a desenvolver
maneiras de utilizar fungos para limpar solo e água.
A
habilidade destrutiva de alguns fungos deriva das suas enzimas poderosas, como
a lacase, que quebram a lignina (também conhecida por lenhina), molécula
encontrada na parece celular de muitas plantas, cuja função é conferir rigidez
e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos.
Ao
esmiuçar as propriedades destas enzimas, os cientistas encontraram maneiras de
decompor toxinas, incluindo-as em estações de tratamento de esgoto e em solos.
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Exemplo de alguns fungos. |
O
poder celeste das superestrelas
Segundo o
biólogo Dietmar Schlosser, um dos membros da pesquisa, as lacases não são
exigentes. “Estas enzimas não fazem distinção entre as estruturas químicas”,
conta Schlosser.
Por este
motivo, algumas lacases quebram hidrocarbonetos e dióxidos – deixando para trás
apenas água e gás carbónico –, e outras alteram as ligações químicas e
transformam-nas as substâncias tóxicas em moléculas orgânicas menos perigosas,
que podem ser quebradas por bactérias.
No que
diz respeito à ação no solo, Schlosser explica que os fungos estendem as suas
hifas (longas células cilíndricas e filamentosas) no solo. As superfícies húmidas
das hifas dão a algumas bactérias a habilidade de percorrer longas distâncias.
Segundo o
biólogo alemão, o solo tem poros preenchidos por ar, que as bactérias não
conseguem atravessar, já que não podem se mover através da humidade. Contudo,
os fungos podem ajudá-las com as hifas, que servem de ponte para as bactérias
atravessarem.
Desta
maneira, o fungo também pode limpar o solo, pois crescem tanto para cima quanto
para baixo. Este é o caso do cogumelo Marasmius oreades, vulgo roda das bruxas, cujo micélio
pode crescer e se espalhar por vários metros, embora pareçam estar separados na
superfície.
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