quarta-feira, 25 de abril de 2012

Como já trouxemos anteriormente uma notícia referente à desmistificação da inutilidade dos fungos. Isto é, para quem ainda pensa que estes são apenas empecilhos na natureza. Aliás, nunca é demais relembrar que cada ser vivo tem a sua função no ecossistema em que se encontra.

Fungo, um artista na restauração.

Pesquisadores alemães do Centro Helmholtz para Pesquisas Ambientais, em Leipzig, estão a desenvolver maneiras de utilizar fungos para limpar solo e água.
A habilidade destrutiva de alguns fungos deriva das suas enzimas poderosas, como a lacase, que quebram a lignina (também conhecida por lenhina), molécula encontrada na parece celular de muitas plantas, cuja função é conferir rigidez e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos.
Ao esmiuçar as propriedades destas enzimas, os cientistas encontraram maneiras de decompor toxinas, incluindo-as em estações de tratamento de esgoto e em solos.
Exemplo de alguns fungos.
O poder celeste das superestrelas
Segundo o biólogo Dietmar Schlosser, um dos membros da pesquisa, as lacases não são exigentes. “Estas enzimas não fazem distinção entre as estruturas químicas”, conta Schlosser.
Por este motivo, algumas lacases quebram hidrocarbonetos e dióxidos – deixando para trás apenas água e gás carbónico –, e outras alteram as ligações químicas e transformam-nas as substâncias tóxicas em moléculas orgânicas menos perigosas, que podem ser quebradas por bactérias.
No que diz respeito à ação no solo, Schlosser explica que os fungos estendem as suas hifas (longas células cilíndricas e filamentosas) no solo. As superfícies húmidas das hifas dão a algumas bactérias a habilidade de percorrer longas distâncias.
Segundo o biólogo alemão, o solo tem poros preenchidos por ar, que as bactérias não conseguem atravessar, já que não podem se mover através da humidade. Contudo, os fungos podem ajudá-las com as hifas, que servem de ponte para as bactérias atravessarem.
Desta maneira, o fungo também pode limpar o solo, pois crescem tanto para cima quanto para baixo. Este é o caso do cogumelo Marasmius oreades, vulgo roda das bruxas, cujo micélio pode crescer e se espalhar por vários metros, embora pareçam estar separados na superfície. 

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